sábado, 26 de setembro de 2009

Relato do último encontro ( 22/08/2009)

Este foi o meu registro do último encontro!
Abraços a todos!

Durante o período em que tenho convivido com a professora Carmen, ouvi várias vezes uma frase de Leonardo Boff que utilizarei para puxar o fio inicial na tessitura deste breve relato: Todo ponto de vista é a vista de um ponto. É com muito carinho que faço o registro do último encontro do GEPPAN, registro que tem como ponto de partida o meu ponto de vista, visto do ponto em que me encontrava naquela tarde de sábado, 22 de agosto de 2009. O ponto em que me encontrava está longe de poder ser definido pela cadeira onde estava sentada...
Como a escolha da pessoa que faria esse registro não foi feita no dia da última reunião, fui 'escolhida' algum tempo depois para escrever este texto. Se já soubesse que faria o registro, talvez tivesse escolhido outras situações para serem narradas nessas linhas. Dar-se a ler não é uma tarefa fácil. A reunião começou um pouco mais tarde que o habitual, com Carmen incentivando ao grupo visitar mais o blog. Zé leu o registro que havia feito do primeiro encontro do ano, em seguida Tiago leu o texto que produziu sobre o encontro do dia 20 de junho. Os dois colegas que narraram os últimos encontros, cada um a seu modo, escolheram o que estaria presente em seus relatos. Em ambos os textos estiveram presentes momentos significativos e que tocaram seus corações.
Gostaria de compartilhar uma situação que me marcou naquela tarde fria de sábado. Após a leitura dos textos, Carmen se emocionou bastante ao parabenizar nossos colegas: Zé, Carla e Jú que foram aprovados no processo seletivo do curso de Pós graduação da UFF. O GEPPAN teve sua origem com o término de um curso de pós e da necessidade de mais encontros e mais discussões. Carmen fala com a voz embargada sobre os ciclos, se emociona e emociona a todos. Gostaria de trazer para esta conversa um autor que gosto bastante. É com uma citação de Humberto Maturana que encerro este breve relato sobre o último encontro do GEPPAN:

[…] sustento que não há ação humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torne possível como ato. Por isso penso também que, para que se desse um modo de vida baseado no estar juntos em interações recorrentes no plano da sensualidade em que surge a linguagem, seria necessária uma emoção fundadora particular, sem a qual esse modo de vida na convivência não seria possível. Esta emoção é o amor. O amor é a emoção que constitui o domínio de ações em que nossas interações recorrentes com o outro fazem do outro um legítimo outro na convivência. As interações recorrentes no amor ampliam e estabilizam a convivência; as interações recorrentes na agressão interferem e rompem a convivência. Por isso a linguagem, como domínio de coordenações consensuais de conduta, não pode ter surgido na agressão, pois esta restringe a convivência, ainda que, uma vez na linguagem, ela possa ser usada na agressão. Finalmente, não é a razão o que nos leva à ação, mas a emoção. ( MATURANA, 2002, p. 22 e 23)


Priscila Mendes

Um comentário:

GEPPAN disse...

Priscila. Parabéns por seu texto. Acredito que a emoção é a base de estarmos unidos com um mesmo ideal. Podem chamar de Utopia, mas é o que nos move, citar Maturana nunca será demais.
Gisele